quinta-feira, 3 de maio de 2012

O que Ernani de Paula tem a contar na CPI


O que Ernani de Paula tem a contar na CPI Foto: Montagem/247

Testemunha chave do modo de agir da quadrilha goiana, o ex-prefeito de Anápolis, que apontou as digitais de Cachoeira na denúncia que deu origem ao mensalão, pretende revelar a conexão entre Marconi Perillo e José Serra na área da educação; segundo ele, a caixa-preta da política brasileira

01 de Maio de 2012 às 16:33
247 – Ernani de Paula, empresário, dono da Faculdade São Marcos e ex-prefeito da cidade de Anápolis (GO), concedeu, um mês atrás, ao 247, uma entrevista bombástica.
Disse, com todas as letras, que a denúncia que deu origem ao processo do mensalão, sobre o pagamento de propina dentro dos Correios, foi produzida pela quadrilha liderada pelo bicheiro Carlos Cachoeira (leia mais aqui). Assim como em várias produções dos estúdios Cachoeira, o filme foi feito pelo araponga Jairo Martins, publicado por Policarpo Júnior, em Veja, e reverberado pelo senador Demóstenes Torres, na tribuna do Senado.
O objetivo, segundo Ernani de Paula, era constranger o governo Lula a nomear Demóstenes como secretário Nacional de Justiça. Ernani sabia do plano porque sua ex-mulher, Sandra Melon, era suplente do senador Demóstenes e ocuparia sua cadeira caso a iniciativa vingasse.
Observador atento da realidade goiana, Ernani de Paula conviveu de perto com vários personagens da crise atual. Entre eles, Carlos Cachoeira, que é de Anápolis, Demóstenes, que se elegeu com os votos da cidade, Marconi Perillo, que, como governador, decretou intervenção no município, e Marcelo Limírio, dono de laboratório e sócio de Demóstenes numa faculdade.
Limírio, que é dono da Neoquímica e já contratou diversos assessores de imprensa, temendo ser o próximo alvo da Operação Monte Carlo, comprou uma fazenda que pertencia a Ernani de Paula, na cidade de Anápolis. “A minha antiga fazenda, chamada Barreiro, se tornou um ponto de encontro entre Cachoeira, Demóstenes e Limírio”, diz Ernani de Paula ao 247. “E isso apareceu até no inquérito da Polícia Federal”.
Dos remédios à educação
Anápolis, que já foi governada por Ernani de Paula, se tornou a capital nacional dos remédios genéricos, quando o ministro José Serra, na Saúde, aprovou a lei que permitiu a produção desses medicamentos. “Foi assim que o Carlinhos Cachoeira começou a migrar para o ramo das atividades legais”, diz Ernani de Paula.
Em Anápolis, o bicheiro se tornou dono do laboratório Vitapan, que hoje é controlado por sua ex-mulher Adriana Aprígio. E foi na condição de empresário do ramo farmacêutico – e não mais como “empresário de jogos” – que Cachoeira passou a se apresentar às autoridades.
Antes de ser prefeito, como fazendeiro e morador de Anápolis, Ernani de Paulo fundou o Instituto Melon, que foi o terceiro do Brasil a fazer a certificação de remédios genéricos.
Depois de sua entrada na prefeitura, em 2001, o Instituto Melon foi repassado para o Instituto de Certificação Farmacêutica, controlado por Walterci de Melo, do Laboratório Teuto, Marcelo Limírio, da Neoquímica, e Carlos Cachoeira, da Vitapan.
Neste momento, teve início a aproximação empresarial – e depois familiar – entre Cachoeira e Limírio. Um filho de Limírio, por exemplo, é casado com uma sobrinha de Cachoeira. Depois dos negócios farmacêuticos, os dois começam a olhar com carinho para um setor que começava a explodir em Goiás e no Brasil inteiro: a educação superior.
As Faculdades Padrão e Nova Capital
No auge da crise deflagrada pela Operação Monte Carlo, o Brasil se surpreendeu com a influência exercida pelo senador Demóstenes Torres no Conselho Nacional da Educação, um órgão do MEC. Em apenas 14 dias, ele obteve, do conselheiro Paulo Spiller, autorização para abrir a Faculdade Nova Capital, em Contagem (MG). No papel, Demóstenes é sócio de Marcelo Limírio. Mas, na sociedade goiana, especula-se que Cachoeira seja sócio oculto da faculdade.
O interesse de Cachoeira pela educação também se revelou num outro episódio: o da Faculdade Padrão, do empresário Walter de Paula. Oficialmente, Walter de Paula foi o comprador da casa onde o governador Marconi Perillo residia e também onde foi preso o bicheiro Carlos Cachoeira. Num grampo divulgado neste domingo pela Folha de S. Paulo, Cachoeira determina a um de seus assessores que entregue o dinheiro do imóvel ao governador – Perillo se defendeu afirmando que vendeu a casa, no condomínio de Alphaville, a Walter de Paula, e não a Cachoeira.
Da mesma maneira em que pode ser sócio oculto da Faculdade Nova Capital, Cachoeira também tem grandes interesses na Faculdade Padrão. Num grampo da Polícia Federal, ele ordena ao senador Demóstenes Torres que interceda junto ao Conselho Nacional de Educação para que reverta o parecer contrário à instalação de uma escola de medicina na Faculdade Padrão – o conselheiro, no caso, também era Paulo Spiller.
A educação se tornou um grande negócio em Goiás porque Marconi Perillo criou, em 1999, um programa chamado Bolsa Universitária, dirigido pela primeira-dama Valéria Perillo. O programa bancava, com recursos do Estado, bolsas de estudo de ensino superior a jovens carentes. “Este programa é uma caixa-preta, de difícil fiscalização sobre a real concessão de bolsas e a boa aplicação dos recursos”, diz Ernani de Paula. “A Faculdade Padrão, por exemplo, foi uma das mais beneficiadas”.
De Goiás para São Paulo
Quando José Serra assumiu o governo de São Paulo, em 2007, uma de suas primeiras medidas foi ampliar um projeto semelhante no Estado de São Paulo. No mesmo ano, Ernani de Paula passou a trabalhar com o pai na Universidade São Marcos, que existe há 41 anos.
 E começou a monitorar, com lupa, os recursos que eram transferidos pelo governo paulista às instituições de ensino – mais de R$ 700 milhões, desde 2004.
“Grupos educacionais que eram irrelevantes, mas que construíram boas conexões políticas com o PSDB, receberam verdadeiras fortunas”, diz Ernani de Paula.
O caso que mais chama a atenção, segundo ele, é o da Faculdade Sumaré, que já soma quase R$ 70 milhões em repasses. Em seguida, há o do grupo Uniesp, que recebeu pouco mais de R$ 60 milhões.
A São Marcos, ao contrário da Sumaré e da Uniesp, não recebeu repasses do governo estadual e, recentemente, foi colocada sob intervenção pelo mesmo conselheiro Paulo Spiller.
 “Quem recebia recursos do estado era o Instituto Cidadania Global, criado por minha irmã, Luciane de Paula, e que tinha como conselheiros algumas figuras próximas ao alto tucanato como Andrea Matarazzo, Mônica Serra e Gilda Portugal Gouvêa”.
Ernani encaminhou todos os documentos à 6ª Vara do Patrimônio Público, em São Paulo. Sua suspeita: a educação superior se transformou na maior caixa-preta da política brasileira. Que nasceu em Goiás e chegou a São Paulo. “E enquanto Demóstenes e Limírio prosperavam, a São Marcos era esmagada”, diz ele.

Caminhão da Mulher no Itapoã

Fotos Roberto Barroso


Cidade é a quarta a receber a unidade móvel. Já foram realizados mais de 3 mil exames entre mamografias, ultrassonografias e preventivos




Brasília, 3 de maio de 2012 – O governador Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira-dama Ilza Queiroz, visitou, nesta quinta-feira, a Unidade Móvel de Saúde da Mulher, que está na Quadra 61 do Itapoã. O Caminhão da Mulher atende a quarta cidade do Distrito Federal, depois de passar pelo Condomínio Pôr do Sol, Núcleo Rural Taquara, em Planaltina, e Estrutural.



“É uma experiência vitoriosa. Em dois meses, nós já realizamos, com esse serviço, 3149 exames. É uma produtividade espetacular, com estrutura, aparelhos, investimentos com instalações, vigilância, energia, tudo isso que representa um serviço de qualidade de saúde”, disse o governador. “Estamos providenciando mais três unidades para poder atender adequadamente toda população do Distrito Federal”, completou Agnelo Queiroz.



Para a secretária da Mulher, Olgamir Amancia, o governo realiza uma ação concreta de salvamento de vidas. “Os dados revelam que os cânceres de colo de útero e de mama são os grandes responsáveis, além da violência, pela morte das mulheres. Se considerarmos que, nós mulheres, somos mais de 52% da população e que estamos em todas as áreas contribuindo para gerar riqueza para esta unidade da Federação e para o Brasil, é uma ação de cidadania”, explicou a secretária.



Fotos Roberto Barroso
A doméstica Gorete de Souza, 44 anos, há muito tempo não realizava exames preventivos. “Gostei muito do atendimento. Fiz ecografia, mamografia e preventivo. Achei uma ótima iniciativa do governo porque para conseguirmos tempo para marcar esses exames longe da nossa casa é muito difícil. Perdemos tempo e o dia de trabalho”, contou Gorete.



O serviço faz parte da ação do Governo do Distrito Federal para recuperar a qualidade dos serviços da rede pública de saúde. A próxima cidade que receberá a Unidade Móvel de Saúde da Mulher será Sobradinho.



A unidade chegou ao Itapoã na quarta-feira (2) e permanece na cidade até o 18 de maio: o atendimento é realizado na Quadra 61, próximo ao Restaurante Comunitário. O serviço funciona nos dias úteis, das 8h às 12h e das 13h às 17h. No início da manhã, são distribuídas as senhas de atendimento daquele turno. No começo da tarde, o procedimento se repete.



A meta é realizar, por dia, 40 mamografias, 50 ultrassonografias e 40 exames de Papanicolau. Do total de vagas oferecidas, 80% são reservadas às moradoras da região onde a unidade está instalada. As mulheres interessadas em fazer os exames devem apresentar documentos pessoais e comprovante de residência.



Para fazer a mamografia, a paciente deve ter 40 anos ou mais e o pedido médico. O Papanicolau não possui pré-requisitos, mas é feito, preferencialmente, em mulheres que tenham se submetido a ele há mais de um ano. A previsão é de que o caminhão permaneça no local nas próximas três semanas.



Balanço – No Condomínio Pôr do Sol, em Ceilândia, foram feitos 1.176 exames, sendo 387 mamografias, 429 ultrassonografias e 360 preventivos. O Caminhão da Saúde esteve na cidade entre 12 e 23 de março. Os números, segundo o governador Agnelo Queiroz, demonstram os benefícios da unidade itinerante. “O caminhão facilita o acesso a exames para diagnosticar as doenças que mais matam as mulheres: o câncer de mama e o de colo do útero”, afirma.



Em Planaltina, onde o atendimento priorizou as moradoras do núcleo rural Taquara, a unidade móvel chegou no dia 26 de março e ficou até 5 de abril. Durante o período, foram realizados 756 exames. Entre eles, 291 mamografias e 335 ultrassonografias. Já o número de preventivos foi bem menor: 130. De acordo com a Secretaria de Saúde, isso já era esperado, uma vez que a localidade já possui boa cobertura desse tipo de exame.



Na Estrutural, a abrangência foi maior, mesmo com os números parciais. Entre os dias 9 e 20 de abril, o Caminhão da Mulher atendeu 1.217 moradoras no Centro de Saúde da região. Ao todo, foram realizadas 380 mamografias, 449 ultrassonografias e 388 preventivos. A unidade ficou na cidade até 30 de abril.


Todas as mulheres que apresentaram alterações nos exames foram encaminhadas para unidades específicas da rede pública do DF.

Mais duas mil famílias estão sendo convocadas para a comprovação de dados e a habilitação no Programa Morar Bem.

Os nomes serão publicados no Diário Oficial desta sexta-feira, mas já podem ser consultados no link http://www.sedhab.df.gov.br/sites/300/379/00004303.pdf

Com esta nova lista, já são 4 mil pessoas já convocadas pelo Governo do Distrito federal. O programa oferece moradias com infraestrutura para famílias com renda mensal de até R$ 7464.

Os convocados deverão comparecer ao Núcleo de Atendimento ao Público da Codhab, no Setor Comercial Sul, Quadra 6, Bloco A, Lotes 13/14, das 9h às 16h, obedecendo o seguinte cronograma:

- 1º grupo, do 2021º ao 2528º classificado, de 21 a 25 de maio
- 2º grupo, do 2529º ao 3031º classificado, de 28 de maio a 01 de junho
- 3º grupo, do 3032º ao 3537º classificado, de 4 a 8 de junho
- 4º grupo, do 3538º ao 4047º classificado, de 11 a 15 de junho

Já os convocados que tenham pessoas com deficiência na família deverão comparecer à Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, no posto de atendimento da Estação 114 Sul do Metrô, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas, seguindo o mesmo cronograma acima.

A partir da convocação, os classificados deverão comprovar que atendem aos critérios da política habitacional do DF, como residir na capital há pelo menos cinco anos e nunca ter possuído imóvel. Demais dados, como quantidade de filhos e existência de pessoas com deficiência na família também serão averiguados.

Os candidatos também deverão optar pela cidade — entre aquelas em que serão implantados projetos habitacionais do GDF — em que desejam financiar a sua moradia.

Agnelo não cedeu à pressão

Foto Roberto Barroso

Grupo de Cachoeira tentou enfraquecer o governador com várias denúncias

Tamanho da Fonte   Quanto mais se fala nas investigações das operações da Polícia Federal, como a Monte Carlo, mais parlamentares aparecem no cenário, especialmente quando se ouvem as gravações obtidas nessas operações. Enquanto uns se emaranham no meio da teia, outros acabam por provar a que vieram, como é o caso do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
Ele é tido como uma base parlamentar do suposto esquema liderado pelo contraventor  Carlinhos Cachoeira. De acordo com as gravações, feita uma análise sobre as conversas, a intenção era de atacar o governador Agnelo Queiroz, para que ele se sentisse enfraquecido e, ao final, cedesse e atendesse aos interesses escusos da  empresa Delta Construções.

Nas escutas telefônicas feitas pela PF em dezembro de 2010, parece evidente que o grupo queria indicar uma pessoa de confiança da organização para ocupar a presidência do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), órgão que controla contratos de lixo no DF.

A estratégia do grupo era de que após uma crise no atual governo, provocada por denúncias de supostas irregularidades no Ministério do Esporte e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na época das gestões de Agnelo Queiroz, este ficasse enfraquecido, conforme indicam diálogos entre Idalberto Matias, o Dadá, e Cachoeira.
 Dadá é considerado um dos mais frequentes interlocutores do Cachoeira e lobista da Delta, e junto com o contraventor avaliam a participação de Demóstenes no processo de desconstrução da imagem de Agnelo. Ele diz a seguinte frase: “Primeiro tem de conversar com Cláudio e Fernando porque eles querem que bata”.

O Cláudio a quem se refere é  o Cláudio Abreu – representante da Delta na Região Centro-Oeste – e o Fernando refere-se ao dono da construtora, Fernando Cavendish  Eles concluem, então, ao fim do diálogo que, em vez de usar dossiês de opositores, seria melhor aguardar uma suposta denúncia contra o governador Agnelo Queiroz que estaria prestes a ser divulgada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
 
Redação Jornal Coletivo


Em certo ponto da conversa, Dadá e Cachoeira discutem qual seria o melhor momento para desgastar o governador

PM prepara reforço no patrulhamento do DF


[credito=Foto: Brito]O novo comandante da Polícia Militar do DF (PMDF), Suamy Santana,  anunciou na manhã de hoje, que a PM irá trabalhar para melhorar a segurança no DF. As mudanças serão visíveis: seis mil homens serão realocados para se revezarem na ronda ostensiva, além da segurança dos quartéis e de postos comunitários, que será terceirizada. Devido à escala de trabalho da PM, o número de policiais realocados significará um aumento médio diário de 400 policiais nas ruas – atualmente são dois mil.

O novo comandante-geral da PM, Suamy Santana, que tomou posse no mês passado, cerca de 3,8 mil policiais que atuam em serviços administrativos passarão a trabalhar imediatamente nas ruas em horários alternados. “Essa nova escala vai melhorar a segurança e será organizada, de acordo com a demanda de cada localidade”, afirmou.

Outros 840 que fazem a segurança nos quartéis e 1,5 mil alocados nos Postos Comunitários de Segurança (PCS) também irão para as ruas. A PM também vai solicitar o retorno de 108 policiais que foram liberados para a Força Nacional de Segurança."Nosso objetivo principal é a melhora na qualidade do serviço da polícia e o aumento da sensação de segurança da população de Brasília", disse Santana. Segundo ele, a retirada dos policiais dos quartéis e dos postos comunitários ocorrerá a partir do segundo semestre, após a terceirização do serviço de segurança dessas instalações.

O comandante Suamy Santana destacou que a intenção da PM é dinamizar o trabalho dos policiais nos 127 PCS espalhados pelo DF. Para isso, além da terceirização do serviço de segurança dos postos, será feita junção de algumas unidades, que passarão a servir de base para postos móveis de segurança. Ele informou também, que 50 vans, que estão em processo de adesão pela PM, atuarão como postos móveis. “A ideia é que a van desloque efetivo para as quadras e possa se locomover para outros locais. Vamos dar mais mobilidade aos postos comunitários", afirmou.

Em vez da média de três policiais dentro de cada veículo, haverá apenas dois. A medida passa a valer imediatamente. A ideia é diminuir o número de policias dentro das viaturas e aumentar o número de veículos circulando.


Redação Jornal Coletivo

 Essa nova escala vai melhorar a segurança e será organizada de acordo com a demanda de cada localidade”.

Suamy Santana, PMDF

Jogo sujo da Delta tenta jogar Agnelo Queiroz no lixo do bicho

Quando o bicho é enjaulado, a tendência é morrer por lá mesmo

Quando o bicho é enjaulado, a tendência é morrer por lá mesmoHá 10 dias, quando postou uma nota na coluna Periscópio dizendo que a Delta Engenharia chegou a Brasília pensando em garimpar ouro mas que sequer conseguia retirar  lixo das ruas, Notibras tinha tido acesso a dados preliminares de um relatório confidencial que acaba de ser compilado.
 O texto é conclusivo: a empresa ligada ao contraventor Carlinhos Cachoeira usou de diferentes artifícios para retaliar o governo de Agnelo Queiroz, tentando desestabilizá-lo e provocar sua renúncia.
A empresa jogou pesado. Afinal, desembarcou na capital da República por meio a uma concorrência supostamente fraudulenta. Cotou preços realizáveis a curtíssimo prazo na esperança de ter a tabela reajustada em seguida. Mas Agnelo, que também recebeu na questão do lixo mais uma herança maldita, como se convencionou chamar o espólio dos governos Roriz, Arruda e Rosso, não cedeu às pressões e exigiu um jogo limpo.
Uma auditoria realizada nos serviços prestados pela Delta mostra que a partida ficou atolada num lamaçal. A partir daí, sem ter como tomar posse da chave do cofre, a empresa passou a direcionar todas as suas baterias contra o Palácio do Buriti.
 O alvo era Agnelo Queiroz. A missão, matá-lo politicamente. Essa ao menos é a conclusão do relatório. Em suas quase 100 páginas o que se lê é que o Governo do Distrito Federal conseguiu transformar em vantajoso o contrato com uma empresa que não mede esforços no sentido alcançar seus objetivos espúrios.
A presença da Delta Engenharia em Brasília foi levantada por determinação expressa de Agnelo.
 Concluído o levantamento feito pela Diretoria de Auditoria das Áreas de Governo e Infraestrutura da Secretaria de Transparência, o secretário Carlos Higino encaminhou os resultados ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Agora cabe àqueles dois órgãos de fiscalização a adoção das medidas punitivas.
Com uma ampla rede de espiões infiltrados na administração pública, a Delta recebeu, por meios escusos, uma cópia da auditoria que extirpava todas as suas mazelas.
Ao manusear os papéis, Carlinhos Cachoeira virou uma fera, confidenciam seus interlocutores. E decidiu que era hora de agir. Afinal, estava em jogo ao longo de quatro anos o faturamento de mais de 1 bilhão de reais. A estratégia era apresentar à opinião pública a imagem de uma empresa apadrinhada por Agnelo, que mesmo antes de assumir o Palácio do Buriti estava pedindo ao então governador Rogério Rosso a prorrogação emergencial do contrato com a Delta.
Passados os três primeiros meses de Agnelo no Palácio do Buriti, a Delta mandou emissários ao governador, reclamando de uma auditoria na varrição e coleta de lixo.
Agnelo relevou as pressões. E mandou que a Secretaria de Transparência se aprofundasse de forma isenta nas investigações.
 Enquanto isso o grupo de Cachoeira via cair a cada mês o valor das faturas. A varrição, por exemplo, chegou a passar de R$ 8 milhões para apenas um milhão de reais.
A auditoria registrou inúmeros problemas. Não havia planos de coleta a varrição, os horários não eram cumpridos, a varrição mecanizada não foi implantada, os pagamentos eram feitos indevidamente, as medições eram erradas, pagava-se por serviços não realizados, a fiscalização não era qualificada, os processos eram informais e não se pesava o lixo recolhido ao aterro sanitário. Media-se no olhômetro. E pagava-se lixo a peso de ouro, sempre com prejuízo aos cofres públicos.
Paralelamente ao envio da auditoria ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, o SLU adotou providências imediatas para coibir os abusos. Abriu sindicância sobre os fiscais do contrato, exigiu um plano de coleta, ajuste na medição e rigor na fiscalização. Com isso, os preços pagos pelo governo despencaram, a ponto de a coleta do lixo ficar 40% mais barata que a média das grandes cidades brasileiras, e a varrição, outros 10 por cento abaixo da média.
Sem fôlego, e vendo a mina de ouro que esperava explorar em Brasília afundar na areia movediça, Carlinhos Cachoeira renovou os ataques. 
A Delta e o grupo do contraventor goiano posaram de vítimas. E se fizeram verdugo de Agnelo. Antes imparcial, a mídia tomou partido.
O cenário foi pintado por redações prós e contras o governador. O volume de denúncias recrudesceu. Matérias foram requentadas, criou-se clima de supostos impeachment e prisão. Aliado de Cachoeira e se fazendo passar por algoz do governador, o senador Demóstenes Torres foi desmascarado. E mais alguns dias, verá proposta no Conselho de Ética a cassação do seu mandato.
A Delta entrou no Distrito Federal por força de decisão judicial antes da posse de Agnelo. Reinou como se tivesse um olho em terra de cego, mas foi flagrada na contravenção com a auditoria realizada pelo Serviço de Limpeza Urbana.  
O pagamento dos vultosos recursos públicos não corresponde às necessidades e expectativas da sociedade (...) É fruto de má gestão, resume o relatório.
Se o lodo afunda no mar e gera pérolas finas, os poetas que o digam. Mas de Carlinhos Cachoeira, sabe-se que é um contraventor, não alquimista.
E como ele não conseguiu transformar o lixo de Brasília em pepitas de ouro, o bicho começou a pegar. Algo do tipo se tem o dia do caçador, também tem o da caça.
 Publicado em 3 de Maio de 2012 por José Seabra

NOTA À IMPRENSA GDF repudia tentativa de invasão do Palácio do Buriti

Brasília, 3 de maio de 2012 – Por volta das 15h25 desta quinta-feira, um grupo de aproximadamente 250 pessoas tentou forçar a entrada na sede do Governo do Distrito Federal. De acordo com informações da Segurança do Palácio do Buriti, os manifestantes chegaram às imediações do prédio ao mesmo tempo, trazidos em três ônibus e um caminhão. O vidro da porta principal do palácio foi quebrado de cima a baixo durante a tentativa de ocupação, que foi contida pela segurança e por policiais militares, que mantêm, nesse momento, o prédio cercado.

Os manifestantes se identificaram como integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que ocupam desde o dia 21 de abril, de forma irregular, área da Terracap em Ceilândia. A Justiça já concedeu a reintegração de posse da área invadida: os ocupantes foram notificados no sábado e receberam prazo de cinco dias para deixar o local.

O Governo do Distrito Federal repudia esse episódio e tomará todas as medidas necessárias para apurar a tentativa de invasão e a depredação do patrimônio público, que colocou em risco a integridade física de servidores, visitantes e dos próprios manifestantes, entre eles, diversas crianças. Três agentes da Segurança do Palácio sofreram lesão corporal, ficando feridos com cortes nos rostos e nas mãos.

A radicalização do movimento é inaceitável. O GDF manteve o canal de diálogo aberto com o grupo, tendo aceitado atender as duas demandas inicialmente apresentadas: inclusão nos programas habitacionais e sociais do governo. No entanto, o grupo decidiu permanecer na área até que as famílias recebam as casas, o que é inaceitável. O GDF reafirma que não compactua com ilegalidades e nem vai permitir invasões de áreas e prédios públicos.
 


Site: http://ceilandiaemalerta.com.br/site/
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CPI quer ouvir Gurgel sobre as maracutaias

Procurador teria detalhes a revelar

Procurador teria detalhes a revelar

O presidente e o relator da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) e deputado Odair Cunha (PT-MG), vão fazer um convite nesta quarta-feira 2 para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, compareça à comissão parlamentar que tem por objetivo investigar as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados.
A decisão da dupla é um gesto político que procura evitar que a comissão vote requerimentos que pretendem convocar o chefe do Ministério Público. No caso do convite, ele pode ser declinado. Já uma convocação para a CPI não pode ser recusada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Na semana passada, durante a primeira reunião de trabalho da comissão, o senador Fernando Collor (PTB-AL) quis convocar Gurgel. Petistas demoveram-no de pedir a votação do requerimento.
 A comissão deve receber os autos do STF relativos a Demóstenes nesta qiuarta, também na parte da manhã.
Em seguida, Vital deve se reunir com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para convidar os delegados da PF que participaram das investigações a dar informações à CPI. À tarde a comissão se reunirá para votar os primeiros requerimentos de convocação de autoridades e envolvidos. Na ocasião, Vital deve entregar aos integrantes titulares e suplentes da CPI uma cartilha sobre as regras de funcionamento da comissão. 
por Redação

Quadrilha de Cachoeira tramou chantagear o governador Agnelo Queiroz


Braço do esquema no Senado, Demóstenes criticaria Agnelo da tribuna para pressionar por contratos (Ronaldo de Oliveira/CB/DA Press)
Braço do esquema no Senado, Demóstenes criticaria Agnelo da tribuna para pressionar por contratos
Conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF) durante as investigações da Operação Monte Carlo indicam que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), apontado como o braço parlamentar do suposto esquema liderado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, atacou o governador Agnelo Queiroz (PT) dentro de uma estratégia para desgastar o petista e pressioná-lo a atender os interesses da Delta Construções.
 Em trechos gravados desde dezembro de 2010, há demonstrações de que o grupo queria indicar uma pessoa de confiança da organização na presidência do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), órgão que controla os contratos de lixo no DF.
Em meio a uma crise provocada pelas denúncias de supostas irregularidades no Ministério do Esporte e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agnelo é o centro de conversas em que o araponga Idalberto Matias, conhecido como Dadá, discute com Cachoeira qual o melhor momento para desgastar o governador.
Diz Dadá ao bicheiro: “Primeiro tem que conversar com Cláudio e Fernando porque eles querem que bata”. Considerado um dos mais frequentes interlocutores do Cachoeira e lobista da Delta, Dadá avalia com Cachoeira a participação de Demóstenes no processo de desconstrução da imagem de Agnelo.
O diálogo sugere que Dadá se referia a Cláudio Abreu (o representante da Delta no Centro-Oeste) e a Fernando Cavendish (o dono da construtora). Na conversa, eles chegam à conclusão de que, em vez de usar dossiês de opositores, deveriam aguardar uma suposta denúncia contra Agnelo que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, estaria prestes a apresentar.

Lilian Tahan
Ana Maria Campos C/B