domingo, 4 de dezembro de 2011

Carlos Lupi deixa o Ministério do Trabalho; é o sétimo a cair no governo Dilma

Maurício Savarese
Do UOL Notícias, em Brasília

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O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão do cargo após reunião com a presidente Dilma Rousseff, na tarde deste domingo (4).
Em nota oficial, Lupi afirma que sua demissão é causada pela "perseguição política e pessoal da mídia que venho sofrendo há dois meses sem direito de defesa e sem provas".
Segundo o agora ex-ministro, sua demissão foi necessária "para que o ódio das forças mais reacionárias e conservadoras deste país contra o Trabalhismo não contagie outros setores do Governo".

Veja todos os ministros do governo Dilma que caíram


Lupi também diz que, nos cinco anos à frente do Ministério do Trabalho, gerou milhões de empregos, conseguiu reconhecimento legal das centrais sindicais, qualificação de milhões de trabalhadores e regulamentação do ponto eletrônico para proteger o bom trabalhador e o bom empregador, entre outras realizações.
"Saio com a consciência tranquila do dever cumprido, da minha honestidade pessoal e confiante por acreditar que a verdade sempre vence", conclui.
Carlos Lupi deixou o cargo após a Comissão de Ética Pública da Presidência da República recomendar sua exoneração no último dia 30. Desgastado após a divulgação de um suposto esquema de propina realizada por integrantes do ministério para a liberação de repasses para ONGs, Lupi foi questionado sobre uma carona em um avião pago pelo empresário Adair Meira –que controla duas ONGs beneficiárias de convênios com o ministério– durante uma viagem oficial ao Maranhão, em dezembro de 2009. Lupi negou na Câmara dos Deputados que conhecesse Meira, mas um vídeo mostrou imagens dos dois juntos.

Vídeo põe em xeque versão de ministro sobre uso de jatinho


O ministro negou com veemência as acusações durante vários dias, seja no Congresso ou em entrevistas coletivas, mas sua situação ficou insustentável quando uma versão contrária a sua defesa veio à tona e a Comissão de Ética deu seu veredicto.
Com a queda de Lupi, são sete os ministros afastados no primeiro ano do governo de Dilma Rousseff: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Nelson Jobim (Defesa), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Orlando Silva (Esporte). Com exceção de Jobim, que criticou publicamente o governo diversas vezes, todos os titulares deixam o cargo após acusações de corrupção –Rossi, inclusive, foi afastado após comprovação de que usou várias vezes um jatinho pertencente a uma empresa que tinha negócios com o Ministério da Agricultura.

Relembre as frases de Lupi para se defender

Foto 11 de 15 - 9.nov.2011 Na quarta-feira (9), Lupi disse que seria a "bola sete" ao ser questionado se ele seria a "bola da vez" da faxina nos ministérios Mais Evaristo SA/AFP/Arte UOL

Perfil

O agora ex-ministro do Trabalho diz que conhece a presidente Dilma há mais de 30 anos e que o partido que preside, o PDT, deu apoio à candidatura presidencial da então ministra-chefe da Casa Civil antes mesmo do PT. Mas a relação entre ele e a sisuda economista nunca foi próxima. Fã de técnicos, a petista nunca escondeu o desconforto com o pedetista, mais articulador político do que gestor, já nas reuniões de coordenação do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Quando Lupi chegou ao ministério, em 2007, no segundo mandato de Lula, Dilma já era a principal organizadora das políticas de governo. No fim do ano seguinte, com a explosão da crise econômica internacional, desaprovou a conduta do ministro do Trabalho, que exaltou o recorde de 2 milhões de empregos criados com carteira assinada como se a pasta tivesse influência direta nesse resultado. Mais afável, o então presidente preferiu abraçar o pedetista como um otimista necessário nas turbulências.
Na pasta, Lupi foi um dos incentivadores da utilização do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para financiar a cadeia produtiva e, assim, estimular o consumo interno. Ganhou pontos com Lula também por atender aos interesses tanto da CUT (Central Única dos Trabalhadores) como da Força Sindical, presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). A indicação acabaria por fortalecer Dilma na disputa presidencial do ano passado.
Se a Força Sindical tinha apoiado os adversários de Lula nas eleições de 2002 (José Serra) e de 2006 (Geraldo Alckmin), na votação de 2010 a segunda maior central do país estava amarrada ao governo petista e acabaria embarcando na candidatura de Dilma –uma ex-pedetista que rompeu com o partido de Leonel Brizola há cerca de 10 anos, quando era secretária de Energia do Rio Grande do Sul, na gestão Olívio Dutra (PT).
Dilma aceitou herdar Lupi para seu governo. Mas a primeira crise entre os dois neste ano surgiu quando a gestão mal tinha completado dois meses: ao instituir uma nova política de aumento do salário mínimo, a presidente viu defecções em quase metade da bancada pedetista na Câmara por conta do baixo índice de reajuste para 2011. Em fevereiro, Dilma ameaçou tirar Lupi do cargo. Nove meses depois, veio o resultado.
Formado em administração de empresas, Lupi, 51, nasceu em Campinas. Sua trajetória política, no entanto, é toda no Rio de Janeiro. Costuma dizer que conheceu Leonel Brizola (1922-2004) em 1980 e se filiou ao PDT logo em seguida. Nunca deixou a legenda. Ele é casado com a jornalista Angela Rocha e é pai de três filhos.

Entenda as acusações contra os ministérios

  • O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em entrevista
Segundo reportagem da revista “Veja” do dia 5 de novembro, integrantes do Ministério do Trabalho cobram propina para liberar repasses para ONGs.
De acordo com a publicação, funcionários exigiriam comissão de 5% a 15% do valor dos convênios para resolver supostas "pendências". O foco dos convênios era a realização de cursos sobre capacitação profissional.
O ministro Carlos Lupi (Trabalho) determinou a abertura de uma investigação interna e afastou o coordenador-geral de qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos. Lupi também pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal investigue as denúncias.
Santos e o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), que até outubro era assessor especial de Lupi, são apontados pela revista como integrantes do esquema de extorsão. Os dois não foram localizados.
Lupi disse que "não vê fundamento" nas acusações. "Denúncia em que o denunciante não aparece é algo que nos deixa na dúvida de saber qual o interesse da denúncia. Quem denuncia tem que apresenta provas", disse.
A situação de ministro, porém, se agravou após um site do Maranhão divulgar imagens que contrariam a versão de que ele não teria usado, em 2009, um avião providenciado por Adair Meira, dono de ONGs com convênios com a pasta.
O ministério havia dito que Lupi se deslocou em um avião modelo Seneca. A foto o mostra, entretanto, descendo de uma aeronave modelo King Air, a mesma que, segundo a "Veja", teria sido providenciada por Meira.
Lupi também negou na Câmara dos Deputados que conhecesse Meira, um vídeo divulgado na no site da “Veja”, porém, mostra imagens dos dois juntos.

Dança das cadeiras no governo Dilma

Foto 9 de 9 - 4.dez.2011 O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão do cargo após reunião com a presidente Dilma Rousseff, na tarde deste domingo. Carlos Lupi deixou o cargo após a Comissão de Ética Pública da Presidência da República recomendar sua exoneração no último dia 30 Sérgio Lima/Folhapress
Distritais se reúnem apenas mais cinco vezes para aprovar projetos de lei

Publicação: 04/12/2011 08:03 Atualização:
Após um semestre de baixa produtividade parlamentar — quando a Câmara Legislativa do Distrito Federal sediou até evento de moda —, os deputados distritais têm apenas mais cinco sessões antes do recesso, marcado para começar em 15 de dezembro. Até lá, precisam aprovar ao menos 22 projetos de lei que tramitam em caráter obrigatório ou de urgência, incluindo o orçamento do governo para o ano que vem e as propostas que fixam os valores dos impostos Predial e Territorial Urbano (IPTU) e sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Só de autoria do Executivo são pelo menos 30 propostas na fila de votação.

Apesar do tempo curto, base aliada e governo acreditam ser possível votar todos esses projetos sem a necessidade de uma convocação extraordinária. O presidente da Câmara, deputado Patrício (PT), promete que, dessa vez, projetos importantes não serão votados no afogadilho. “O governo teve tempo suficiente para se planejar e elencar as suas prioridades para enviá-las à Câmara. Os projetos que seguem rigorosamente as regras estabelecidas pela Casa estão aptos a serem apreciados em plenário e não vamos nos furtar em apreciá-los antes do recesso parlamentar”, diz.

O próprio governo corre contra o tempo. De acordo com lideranças da Câmara, nos últimos dias o Buriti teria enviado mais de 20 projetos ao Legislativo, com a intenção de que eles entrassem na pauta de votações ainda este ano. A liderança do governo na Casa calcula que existem 35 projetos de interesse do Executivo para serem votados nas cinco próximas sessões.

Plenário da Câmara, que entra em recesso no dia 15: Executivo pressiona base aliada para votar os projetos de seu interesse ainda este ano (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 10/11/11)
Plenário da Câmara, que entra em recesso no dia 15: Executivo pressiona base aliada para votar os projetos de seu interesse ainda este ano


Amanhã, o governador Agnelo Queiroz (PT) deve manter contato com alguns deputados da base. A tendência é que ele cobre empenho dos parlamentares para a aprovação de todos os projetos considerados fundamentais para o Palácio do Buriti. A pauta de votações será definida na terça-feira, em reunião do Colégio de Líderes.

Até agora, o governo elencou 19 projetos a serem votados em regime de urgência, além dos que têm votação obrigatória (veja quadro). “Independentemente do caráter de urgência definido pelo Executivo, é essencial que todos esses projetos enviados sejam aprovados ainda este ano. São assuntos de total interesse da população do Distrito Federal”, diz uma fonte do Executivo.

Dinâmica
Para facilitar a aprovação, a tendência é que os projetos menos polêmicos sejam colocados no começo da fila. “Deveremos focar primeiro naqueles projetos onde há mais consenso e que exigem menos discussões”, afirma o líder do governo na Câmara, Wasny de Roure (PT). Depois desses é que entrarão em pauta aquelas propostas que ainda exigem discussão e que devem demorar mais em plenário.

Nesse último grupo estão os projetos de lei do Regime Jurídico Único dos Servidores do DF, o que trata da destinação de resíduos sólidos, o que prevê a gestão democrática das escolas públicas e outro que cria o programa de fomento à atividade atacadista (chamado de Proatacadista). A tendência é que eles recebam várias emendas de parlamentares, o que acaba por atrasar ainda mais a tramitação. O regime jurídico, por exemplo, que altera normas e leis que regem o funcionalismo público, entrou há pouco tempo na Casa e nem chegou a ser muito debatido.

Na pauta existem ainda projetos que mudam a destinação de recursos, incluindo alguns que têm como objetivo garantir recursos para custear o pagamento de servidores. “Podemos apreciar um ou outro projeto do GDF de remanejamento de recursos, principalmente para complementar o pagamento de salários de servidores, comum nesta época do ano. Mas é importante deixar claro que parte desses recursos não foram gastos na sua área de origem por despreparo de alguns gestores, principalmente administradores regionais”, criticou o presidente da Câmara.

A expectativa é que todos os projetos sejam aprovados antes do início do recesso parlamentar. O líder do governo ressalta que o Orçamento será o último projeto a ser votado — antes de sua apreciação, os deputados não podem entrar em recesso. “Mas pode ser que estenda um ou dois dias além do dia 15, caso seja necessário”, ressalta o petista. Segundo ele, caso isso ocorra, não haverá pagamento adicional aos distritais.

Aprovação interna
Na última quinta-feira, a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) aprovou a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2012 e os dois projetos que atualizam a pauta de valores do IPTU e do IPVA para o ano que vem. Com isso, os projetos estão prontos para irem a plenário.

Em pauta
São mais de 30 projetos de interesse do Executivo na pauta da CLDF para as cinco sessões que restam no ano. Desses, 22 tramitam em caráter de urgência ou de votação obrigatória. Conheça os principais:

» Obrigatórios

Plano Plurianual (PPA)
Define as metas da administração para o próximo quadriênio (2012-2015).

Lei Orçamentária Anual (LOA) 2012
Estima as receitas e fixa as despesas do Executivo. Prevê recursos de R$ 18,5 bilhões para o próximo ano.

Mudanças na LDO
Inclui anexo na Lei de Diretrizes Orçamentárias 2012, relacionado com metas e prioridades.

IPVA
Atualização da pauta de valores do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. Estabelece reajuste de 7,39% para 2012. Uma lei já sancionada prevê desconto de 5% para pagamento à vista.

IPTU
Atualização da pauta de valores venais de terrenos e edificações no DF. Estabelece reajuste de 7,39% no Imposto Predial e Territorial Urbano de 2012. O abatimento de 5% para pagamento em cota única já está em vigor.

» Urgentes

Alteração na LOA 2011
Modifica parcialmente lei aprovada em 2010 e atualiza anexos de metas fiscais para compatibilização com a LOA 2011.

Novo Regime Jurídico Único dos Servidores do DF
Estabelece novas regras de conduta, direitos e deveres para os servidores do Executivo e do Legislativo (incluindo o Tribunal de Contas do DF). Ficam de fora policiais (civis, militares e bombeiros) e funcionários do Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública.

Ficha limpa para funcionários comissionados
Inclui na Lei Orgânica do DF a chamada ficha limpa como exigência entre os critérios legais para ocupação de função de confiança e cargos em comissão.

Gestão democrática das escolas públicas
Define regras e princípios de participação, pluralidade, qualidade e democracia, entre outros, para as escolas do sistema público do DF.

Plano de Gestão Integrada de Resíduos da
Construção Civil e de Resíduos Volumosos

Define regras e prevê responsabilidades para geradores,
transportadores e receptores de resíduos.

Regulamentação do uso de lotes no Varjão
Modifica o uso de lotes na Região Administrativa do Varjão, legalizando o bairro.

Reestruturação da carreira de Auditoria Tributária
Cria cargo único, unificando os três existentes hoje (auditor tributário, agente fiscal tributário e fiscal tributário).

Programa de Incentivo à Atividade Atacadista
Tem o objetivo de manter estímulo tributário ao desenvolvimento do comércio atacadista no DF. Propõe redução da alíquota do ICMS de 17% para 12%.

Parque da Ciência e Tecnologia do DF
Estabelece índices de ocupação e uso do solo para o parque digital, no Plano Piloto.

Mudanças no Conselho de Defesa da Criança e do Adolescente (CDCA)
Altera a composição do órgão, ampliando o número de membros do poder Executivo e da sociedade civil. Cria também um comitê executivo.

Três projetos de abertura de créditos orçamentários suplementares
Cria créditos complementares para diversos fins, no valor total de R$ 3,99 milhões.
Jeová Rodriques

Delator diz que obedecia Roriz

Operador e criador do esquema de corrupção no GDF, Durval Barbosa diz que agia com autorização do ex-governador Joaquim Roriz no desvio de dinheiro

Tamanho da Fonte      Redação Jornal da Comunidade
Durval Barbosa prestou depoimento na quinta-feira quando comprometeu pela primeira vez o ex-governador Roriz no esquema de corrupção montado na CodeplanFoto: Marcello Casal Jr./ABrDurval Barbosa prestou depoimento na quinta-feira quando comprometeu pela primeira vez o ex-governador Roriz no esquema de corrupção montado na Codeplan
O criador, operador e delator do maior esquema de corrupção já registrado em Brasília, Durval Barbosa, entregou pela primeira vez o seu ex-chefe, o ex-govenrador Joaquim Roriz (PSC), durante um depoimento à Justiça. Foi durante audiência de Instrução e Julgamento na 2ª Vara da Fazenda Pública do DF, na tarde de quinta-feira (1o), ao juiz Álvaro Ciarlini. Durval foi ouvido na condição de testemunha de acusação arrolada pelo Ministério Público do DF na ação de improbidade administrativa 2010.01.1.063234-4 contra a ex-deputada distrital Eurides Brito.
Durval Barbosa, em seu depoimento, afirmou que foi cooptado pelo ex-governador José Roberto Arruda, com autorização do também ex-governador Joaquim Roriz, para captar recursos para o financiamento da campanha nas eleições de 2006.  Roriz, segundo Durval, autorizou os desvios.

O delator afirmou que esses recursos eram provenientes de propinas de contratos de informática na Codeplan e que aderiu às intervenções de Arruda, pois também se beneficiava com o sistema. Informou que de janeiro de 2003 a dezembro de 2006 passou 60 milhões a Arruda, dinheiro obtido por meios ilícitos em contratos com o ICS e com o GDF à época do governo Roriz. “A finalidade da referida ‘gestão’ era administrar os bens advindos das propinas pagas em virtudes desses contratos, tratando-se, na verdade, de uma rapinagem”, afirmou Durval.

Ainda segundo Durval, Roriz tinha plena ciência da entrega dos valores para Arruda de 2003 a 2006. “Na verdade, o Sr. José Roberto Arruda era o gestor da Codeplan”, declarou. Quanto aos vídeos, disse que além do vídeo feito na Secretaria de Assuntos Sindicais, gravou outros três onde Eurides Brito aparece recebendo dinheiro na Codeplan. Disse que o último vídeo gravado na Secretaria de Assuntos Sindicais não foi o último em que Eurides recebeu valores das suas mãos.

Ainda no depoimento, Durval afirmou ter dado a Eurides R$ 20 mil por mês, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2006, para prestar o referido apoio, além de ter custeado suas festas de aniversário para 5 a 10 mil pessoas.

Defesa de Arruda divulga nota

Após o depoimento de Durval Barbosa se tornar público com as novas revelações e o envolvimento de Joaquim Roriz, a assessoria de José Roberto Arruda divulgou uma nota pública assinada pelo advogado Edson Smaniotto.

Segundo a nota, a nova tentativa do delator da Caixa de Pandora de responsabilizar o ex-governador Arruda pelos desvios ocorridos na Codeplan revelou-se mais uma vez inócua. “Ao repeti-la hoje durante a audiência de acareação da ex-deputada distrital Eurides Brito, ele deixou ainda mais claro que tais crimes foram cometidos durante o período de 1998 a 2006, quando presidia a Codeplan. Portanto, no governo anterior ao de Arruda” diz o documento.

Para o advogado, insistir em argumentar que Arruda mandava no governador Roriz, seu adversário, não tem como ser verossímel. “Não passa de mais uma tentativa do delator para transferir a responsabilidade dos atos que ele próprio cometeu, no intuito de obter o prêmio da delação que tem contribuído para a sua impunidade”, afirmou Smaniotto.

A defesa lembra que em decisão recente do Tribunal de Justiça do DF, que desbloqueou os bens do ex-governador, concluiu que Arruda não foi responsável por desvios ocorridos durante o período do governo anterior.
Saúde Brasília homenageia médicos da cidade
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Foto: Geyzon LeninOnze médicos receberam, nesta sexta-feira (2), o Prêmio Saúde Brasília, que homenageou profissionais que contribuíram em diversas áreas da Saúde no Distrito Federal. São profissionais que marcaram a capital ao deixarem  suas contribuições para as melhorias na qualidade de vida da população e dos médicos, na área de filantropia, impacto científico, prevenção de doenças, ética médica e bioética, inovações e descobertas, defesa da atividade médica, incentivo acadêmico e também se destacaram em questões envolvendo responsabilidade social.

Lançado em 2009, o Prêmio Saúde Brasília, parceria do Jornal de Brasília com a Associação Médica de Brasília (AMBr), está em sua terceira edição e esse ano homenageou profissionais  pioneiros em vários setores, a exemplo do cirurgião-geral Francisco Pinheiro Rocha, que assumiu a pasta da Secretaria de Saúde do DF na década de 1960, quando o DF contava com apenas um hospital. Além de ampliar a rede, os recursos que o cirurgião levou à Rede Pública de Saúde possuem impacto de melhoria ainda nos dias de hoje.

Outro exemplo  é Sérgio Cunha Camões, um dos primeiros alergistas a pisarem no Distrito Federal. Assumindo a chefia da Unidade de Alergia do então Hospital Distrital, o especialista na área lembra que, quando chegou,  não eram oferecidos os materiais necessários para o setor. Então, ele levava o próprio material e medicamentos para a unidade de saúde.

Na bancada dos homenageados também estava a primeira residente em reumatologia do Hospital de Base de Brasília, Helenice Alves Teixeira Gonçalves.  Quando a médica chegou à capital, havia apenas meia dúzia de reumatologistas para dar conta de toda a população do Distrito Federal. A pioneira, porém, se destacou pelos trabalhos que desenvolveu ao longo da carreira. Além de ter criado o Programa de Osteoporose do DF, Helenice Gonçalves está à frente do Núcleo do Idoso, uma área que a especialista garante merecer uma atenção especial. "É como eu sempre digo. Aumentar a expectativa de vida dos idosos não é suficiente. Também temos que aumentar a qualidade de vida, e é isso que o núcleo busca", orgulha-se.


Com 52 anos de carreira, o primeiro anatomista patológico a pisar na nova capital, Hélio Luiz Miziara, recebeu o prêmio com um sorriso no rosto. Foi  ele quem instalou a anatomia patológica no DF e teve como primeiro técnico o cantor Nei Matogrosso. "A gente brincava falando que ele não estava nem aí para a música", ri.


O Jornal de Brasília participou da entrega de prêmios aos profissionais da saúde que dedicaram suas vidas a salvar e a melhorar a vida de todos os brasilienses. Quem esteve lá foi o gerente comercial do JBr, André Marrocos. Em seu discurso, ele destacou o sucesso do  Saúde Brasília. “Quando o prêmio foi idealizado, em 2007, não imaginávamos que seria esse case de sucesso. Criado para homenagear e enaltecer o trabalho da classe médica brasiliense, o Saúde Brasília foi além”, afirmou. “Trata-se de uma referência, um elo de ligação entre médicos e a comunidade, uma oportunidade de conhecer o trabalho da classe, que não se limita aos consultórios e às salas de cirurgia”.

Para André, o prêmio mostra a importância de valorizar aqueles profissionais que cuidam de todos. “Estamos falando de anos de vidas inteiras dedicadas a salvar, a curar, a pesquisar, a estudar, a tratar e, porque não, a dar palavras de carinho, esperança e conforto”, finalizou.

Importância

Representantes do Ministério da Saúde também estiveram presentes. Representando o governador Agnelo Queiroz, que também é médico, estava o secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa. O secretário destacou a importância do prêmio para a saúde no DF.  "É um momento importante do nosso País a realização da 14ª Conferência Nacional de Saúde, sediada  no DF. Também é importante o que se mostrou aqui, que é a qualidade dos profissionais do DF.  Eu acredito que esse prêmio qualifica a Medicina do DF”, disse.

Luciano Gonçalves Carvalho, presidente da AMBr, destacou a homenagem a personagens da cidade que melhoram a vida da população do DF. “Esse prêmio é um reconhecimento público, para mostrar para todo o DF os exemplos que temos na área de saúde. Que sirvam de exemplo para todos os médicos."

"Presenciamos várias denúncias do caos na saúde pública. Então, é oportuno agradecermos a esses profissionais para resgatar a autoestima dos médicos e por servirem de exemplo em toda a saúde do DF. São exemplos como esses que fazem essa casa procurar ser mais verdadeira, mais forte, e se orgulhar de todos vocês".

Governador entrega geladeiras no Itapoã

Projeto é voltado à conscientização ambiental no Itapoã

Tamanho da Fonte     DANIEL GUERRA
dguerra@jornaldacomunidade.com.br
 Redação Jornal Coletivo
Agnelo Queiroz fez questão de comentar sobre as melhorias que chegaram à comunidade Mandala e às demais áreas do ParanoáFoto: Sandro AraújoAgnelo Queiroz fez questão de comentar sobre as melhorias que chegaram à comunidade Mandala e às demais áreas do Paranoá
Na manhã de ontem, a quadra 318 do Itapoã viveu momentos de festa e emoção. Concebida inicialmente como comunidade Mandala, a região carece de infraestrutura básica e tem um dos piores resultados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de todo o território nacional. Por esses e vários outros motivos, o dia de ontem não será esquecido: foi a inclusão do Itapoã no projeto Cidadania com Energia.
Na companhia de vários secretários de governo e parlamentares, o governador Agnelo Queiroz realizou mais uma ação integrante do programa DF sem Miséria, que, em articulação com o governo federal, visa conferir mais dignidade às populações mais carentes por meio de políticas de urbanização. Na ocasião, a moradora Elicélia Alves Santana recebeu do governador uma das 100 geladeiras que serão entregues à comunidade. Os aparelhos têm o selo Procel de baixo consumo.

Agnelo aproveitou para falar das demais melhorias que chegarão à comunidade Mandala e às demais áreas do Paranoá. “Implantaremos a rede de energia elétrica de todos vocês, em especial das quadras 202, 203, 318, 378 e 379. Além disso, 90 luminárias serão instaladas para dar uma iluminação pública de verdade a esta comunidade. Para fechar com chave de ouro, disponibilizaremos medidores de energia individuais nas casas, para que vocês chamem a luz de 'minha'”, anunciou.


Incentivo ao consumo sustentável na região
Gesiel Miguel da Silva, administrador de Itapoã, lembrou das lutas que a comunidade enfrenta e se diz feliz com o retorno do GDF. Durante a ação, lâmpadas energeticamente eficientes foram distribuídas à população para incentivar o consumo sustentável. A quadra onde a ação foi realizada, totalmente revitalizada, também é obra do projeto de urbanização Distrito Federal sem Miséria.

Livro divulga foto inédita de Dilma Rousseff presa pela ditadura militar

Publicação: 03/12/2011 11:49 Atualização:

 (Dilma aos 22 anos durante interrogatório)
 Uma foto inédita da presidente Dilma Rousseff foi divulgada neste sábado (03/12). A imagem, veículada pela revista Época, está no livro A vida quer coragem, do jornalista Ricardo Amaral, que deve chegar as livrarias em dezembro. A fotgrafia foi tirada do processo contra Dilma na Justiça Militar. Nela, a hoje presidente da República tinha 22 anos e era interrogada na sede da Auditoria Militar do Rio de Janeiro após 22 dias de tortura. A imagem e de novembro de 1970.