sábado, 12 de novembro de 2011

Tavares, Daniel contemporâneo, se lança na cova das duas leoas

Publicado em 10 de Novembro de 2011 por José Seabra
Não se sabe se por imaturidade, mas deputadas não mediram consequências ao dar crédito a um marginal
Não se sabe se por imaturidade, mas deputadas não mediram consequências ao dar crédito a um marginal

A história da humanidade relata um dos mais belos eventos bíblicos sobre a força da fé. Conta-se que na Babilônia, nos primórdios da antiguidade, havia adoração a muitos deuses, inclusive ao rei, Dario, que recebia tal emblema divino por conta do seu poder imperial de governante.
Na Bíblia, Daniel é descrito como um cidadão correto, mas diferente de outros da Babilônia. Ele adorava apenas ao Deus único. Seus inimigos, sabendo das suas convicções, passaram a tramar uma forma de indispô-lo com o rei. Redigiram um código legal e utilizaram-se da vaidade do monarca para estabelecer que na Babilônia, por um período de 30 dias, todas as preces religiosas deveriam obrigatoriamente ser dirigidas ao rei Dario.

Daniel soube da imposição legal, mas não teve sua fé abalada. Continuou a dirigir suas orações ao seu deus único, Pai Criador de todas as coisas. Seus adversários foram ao rei e denunciaram a desobediência do súdito. O imperador, sentindo-se ofendido, determinou o aprisionamento do rebelde religioso numa cova com leões.

A determinação real era para que Daniel, pecador, permanecesse uma noite entre as feras. Para sobreviver, o fervoroso súdito deveria pedir proteção ao seu deus único. Assim foi feito.
Daniel foi aprisionado com os leões e o monarca ficou na expectativa do desfecho. Quando a Lua recolheu-se, o Sol apareceu e a cova com os leões foi aberta, a grande surpresa. Daniel estava vivo. Suas orações trouxeram um anjo do Senhor que manteve as feras dóceis, com as bocas fechadas.
A partir de então, a fé, a firmeza de propósitos e a retidão dos atos de Daniel viraram um exemplo para quem crê em Deus e acredita na Sua intervenção milagrosa e salvadora.

Essa passagem bíblica é relembrada por conta dos últimos acontecimentos políticos no Distrito Federal. Um suspeito personagem que assina Daniel Tavares, que trabalhou num laboratório farmacêutico, resolveu entrar voluntariamente na cova de duas leoas com assento na Câmara Legislativa. Feras que, como adversárias políticas, desejam a dissolução da reputação pessoal do governador do Distrito Federal.

Daniel Tavares entrevistou-se com as deputadas Celina Leão e Eliana Pedrosa, ambas do PSD, a quem contou estórias contra Agnelo Queiroz, apresentou recibo de transação bancária, fez acusações caluniosas e pediu, em troco, dinheiro e proteção. Com a conta bancária abastecida com 400 mil reais, dirigiu-se a uma outra cova, para tecer loas da sua amizade com o governante, afirmou ter devolvido recursos de um empréstimo pessoal e acusou as leoas da política de terem ofertado vantagens financeiras para que caluniasse Agnelo.

A falta de retidão moral de Daniel Tavares e a sua vocação para adorar a vários deuses e senhores, levou-o ao caminho da mentira e da desonra. A política de Brasília, já tão vitimada por fatos pretéritos, persistiu na sua trajetória de desmoralização. A passagem bíblica deveria produzir uma grande inspiração nos políticos da cidade. O exemplo virtuoso do Daniel babilônico e a retidão da sua conduta poderiam muito bem ser a prática do exercício da atividade política na capital da República.

Brasília é uma cidade vitimada por maus exemplos. É chegado o momento de a política local encontrar um caminho moral para voltar a ser discutida pelo cidadão de bem.  Porque enquanto nossos políticos e governantes estiverem vivendo em alcovas alheias, dissimulando atos de encontros fortuitos com quem não tem caráter, terão como fim a cova do leões. Mas serão devorados como está sendo Daniel Tavares; não serão salvos como foi, pela versão bíblica, o fervoroso discípulo do deus único.
E quando isso acontecer, serão todos ateus, porque não haverá voz suficiente para chegar a ouvidos distantes, implorando o tão comum Deus, nos acuda!!!

Câmara põe ponto final em pedidos de impeachment

Deputado Patrício diz que para abrir um processo de cassação de governador é preciso que haja investigação que tenha materialidade e prova

Tamanho da Fonte     PRISCYLLA DAMASCENO
pdamasceno@jornaldacomunidade.com.br
 Redação Jornal Coletivo
O deputado Patrício (PT) descartou a abertura de processo contra o governadorFoto: Dinah FeitosaO deputado Patrício (PT) descartou a abertura de processo contra o governador
Em coletiva de imprensa na manhã de hoje, o presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício (PT), anunciou que não aceitou o pedido de impeachment contra o governador do DF, Agnelo Queiroz. Após análise da procuradoria da Casa, o presidente deveria decidir se os pedidos seriam ou não analisados, e só assim seguiria a abertura do processo de impeachment. “Aqui na Câmara Legislativa, nesse momento, é um ponto final nessa história. Até que haja prova cabal”, enfatizou Patrício.

A justificativa do presidente da Casa para arquivar os cinco pedidos protocolados anteontem pelo DEM e pelo PSDB foi de que não há provas “materiais e cabais” para abrir um processo de impeachment contra o governador Agnelo. Patrício se baseou no parecer jurídico da Procuradoria-Geral da Casa para negar a abertura do processo.

Os pedidos do DEM e PSDB foram rejeitados com o argumento de que apenas cidadãos, com título de eleitor, podem apresentar pedido de impeachment. Além disso, sobre os vídeos apresentados contra o governador Agnelo, a procuradoria constatou que “não se revestem de robustez para fundamentar impeachment”, diz o parecer. Segundo o documento, por falta de fundamento também foram negadas as petições assinadas por Alberto Fraga, presidente em exercício do DEM-DF e de Raimundo Ribeiro, presidente do PSDB-DF e, por problemas formais, o pedido do advogado Rodrigo Dias também foi arquivado.

Patrício afirmou que as investigações ficarão por conta da Polícia Federal no Inquérito 761 e da Polícia Civil, no âmbito do DF, porque aqui tem palco político. “Não vou requerer investigação e nem posso impor que o governador venha à Câmara se explicar. Ele pode vir por convite ou convocação, caso seja aprovado o requerimento de algum deputado”.


CPI está difícil
Sobre o pedido do PSOL para abertura de uma CPI, para que os distritais apurem supostas irregularidades cometidas pelo governador do DF, Patrício disse que está sendo analisado, mas não há prazo para a decisão. Deputados da oposição tentam colher assinaturas para instaurar investigação, mas não conseguiram as oito assinaturas necessárias para a  abertura de CPI.  A base aliada do governador é formada por 19 dos 24 deputados. Quanto a uma possível e futura aprovação para abertura de um novo pedido de impeachment contra Agnelo pelo presidente da Casa, ele diz: “Só se a PF e a PC concluírem que são provas de fato”. Caso Patrício tivesse analisado positivamente a abertura de processo de impeachment, ainda precisaria ser votado na Comissão de Constituição e Justiça e, aí sim, caso aprovado, uma comissão especial para apurar as denúncias contra Agnelo seria criada.