quinta-feira, 3 de maio de 2012

Quadrilha de Cachoeira tramou chantagear o governador Agnelo Queiroz


Braço do esquema no Senado, Demóstenes criticaria Agnelo da tribuna para pressionar por contratos (Ronaldo de Oliveira/CB/DA Press)
Braço do esquema no Senado, Demóstenes criticaria Agnelo da tribuna para pressionar por contratos
Conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF) durante as investigações da Operação Monte Carlo indicam que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), apontado como o braço parlamentar do suposto esquema liderado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, atacou o governador Agnelo Queiroz (PT) dentro de uma estratégia para desgastar o petista e pressioná-lo a atender os interesses da Delta Construções.
 Em trechos gravados desde dezembro de 2010, há demonstrações de que o grupo queria indicar uma pessoa de confiança da organização na presidência do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), órgão que controla os contratos de lixo no DF.
Em meio a uma crise provocada pelas denúncias de supostas irregularidades no Ministério do Esporte e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agnelo é o centro de conversas em que o araponga Idalberto Matias, conhecido como Dadá, discute com Cachoeira qual o melhor momento para desgastar o governador.
Diz Dadá ao bicheiro: “Primeiro tem que conversar com Cláudio e Fernando porque eles querem que bata”. Considerado um dos mais frequentes interlocutores do Cachoeira e lobista da Delta, Dadá avalia com Cachoeira a participação de Demóstenes no processo de desconstrução da imagem de Agnelo.
O diálogo sugere que Dadá se referia a Cláudio Abreu (o representante da Delta no Centro-Oeste) e a Fernando Cavendish (o dono da construtora). Na conversa, eles chegam à conclusão de que, em vez de usar dossiês de opositores, deveriam aguardar uma suposta denúncia contra Agnelo que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, estaria prestes a apresentar.

Lilian Tahan
Ana Maria Campos C/B

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