sábado, 25 de fevereiro de 2012

GDF vai até famílias de baixa renda

Foto Roberto Barosso
 Mobilização no Sol Nascente realiza quase mil cadastros e agendamentos em apenas três horas no setor habitacional. Inscrição no Cadastro Único, da Sedest, possibilita acesso aos programas sociais, como o DF Sem Miséria
O Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest), iniciou neste sábado (25) o mapeamento das famílias do setor habitacional Sol Nascente, em Ceilândia. A partir da estratégia Busca Ativa, as famílias são incluídas no Cadastro Único e podem receber benefícios dos programas sociais, entre os quais o DF Sem Miséria. Para isso, no entanto, é preciso preencher critérios definidos pelos governos federal e do DF.
 
Foto Roberto Barroso
 
Sol Nascente tem cerca de 56,5 mil habitantes e é considerada a segunda maior favela do país, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesta manhã, aproximadamente mil pessoas compareceram aos postos de agendamento, cadastramento e recadastramento montados pela Sedest na Escola Classe 66. No local, elas foram instruídas sobre como devem proceder para ter acesso a benefícios como os programas DF Sem Miséria (Bolsa Família) e Minha Casa, Minha Vida, que integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Habitação, do governo federal.
“Para nós, o Sol Nascente possui um simbolismo muito grande, principalmente por ser a segunda maior favela do país. Isso significa que o governo está buscando as famílias que mais precisam do Estado onde elas estão”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda, Daniel Seidel. “Com a busca dessas famílias estamos aproximando o governo das comunidades mais carentes e facilitando o cadastro delas nos programas sociais”, completou Daniel Seidel.

A Busca Ativa da Sedest faz parte do Programa DF Sem Miséria e tem o objetivo de ir às comunidades carentes onde há famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, que possuam renda inferior a R$ 70 por pessoa. A meta é incluí-las em programas sociais, como o Bolsa Família, programas habitacionais, carteira do idoso, isenção de taxa para concursos públicos e programas de qualificação profissional, desconto na conta de água, Taxa Social de Energia Elétrica, aposentadoria para donas de casa e incentivo financeiro para agricultura familiar.

“O acesso a um benefício social é apenas um dos objetivos. A partir daí, a família tem acesso a outros benefícios como programas habitacionais e cursos profissionalizantes”, explicou Daniel Seidel.
 
Dias melhores – A dona de casa Roseane Farias Silva mora há cinco anos no Sol Nascente. Mãe de uma menina de três anos, afirma que, caso seja contemplada pelo programa, a renda será usada para melhorar a qualidade de vida da família. “Esse dinheiro me ajudará muito. Poderei comprar mais alimentos e remédios, além de pagar as contas”, planejava.
Raimunda Silvino Pereira já fazia planos para investir o dinheiro em cursos para seus três filhos quando foi informada de que, a partir do seu cadastro, a Sedest poderia encaminhar seus filhos para a realização de cursos gratuitos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
A unificação dos cadastros tornará possível a elaboração de um retrato fiel das áreas que mais precisam de assistência do poder público. O secretário Daniel Seidel lembra que esse retrato passou a ser definido em meados de setembro de 2012, quando o GDF iniciou o recadastramento das famílias e acabou com inscrições duplicadas, “ocasionadas por diversos programas precários, mantidos sem qualquer zelo”, lembrou Seidel.
Inscrições no Cras – Após o cadastro realizado pela Sedest, as famílias precisam esperar até 90 dias para ter confirmada sua inscrição. Isso porque cada uma é analisada pela Caixa Econômica Federal, que só após a confirmação dos dados libera o benefício.
As famílias que quiserem se inscrever nos programas sociais da Sedest também podem procurar o Centro de Referência e Assistência Social (Cras) mais próximo de sua casa para se informar sobre como proceder. No caso do Bolsa Família, a renda deve ser de até R$ 140 por pessoa. O valor máximo do benefício é de R$ 300 por família.
Melhorias no Sol Nascente – No fim do ano passado, o governador Agnelo Queiroz anunciou melhorias para o Setor Habitacional Sol Nascente com a publicação de editais para urbanização do setor (1ª Etapa). A previsão é que as obras estejam concluídas em dois anos após o lançamento do edital. No mês passado, o governador anunciou que o setor será regularizado, o que será realizado em três etapas e terá investimento de R$ 220 milhões (R$ 210 milhões do governo federal e R$ 10 milhões do GDF).
Outra recente medida para melhorar a vida das pessoas do setor, agora voltada às crianças, foi a implantação do programa que oferece café da manhã para os alunos da Escola Classe 66. Elas agora possuem duas refeições no período em que estão em sala de aula.


Suzano Almeida, da Agência Brasília

0 comentários:

Postar um comentário