quarta-feira, 16 de novembro de 2011

politica

União para enfrentar grupo de Célio
Partidos de oposição ao prefeito de Luziânia se juntam a deputado da base aliada e deve disputar prefeitura contra atual vice


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A eleição municipal de Luziânia tem tudo para ser, mais uma vez, polarizada. O prefeito Célio Silveira (PSDB), que está no final de seu segundo mandato, trabalha para emplacar o vice, Eliseu Melo, que recentemente trocou o PMDB pelo ninho tucano. Do outro lado, a oposição tem articulado em torno do deputado estadual Cristóvão Tormin (PSD), que no ano passado obteve mais de 25% dos votos da cidade na sua caminhada até a Assembleia Legislativa.
A novidade do processo é que, desta vez, Célio Silveira en­frentará uma oposição mais reforçada. Nas suas duas eleições, o prefeito teve ao seu lado o PMDB, do ex-deputado e a­tual diretor de abastecimento da Companhia Nacional de A­bas­tecimento (Conab), Mar­ce­lo Melo. A aliança PSDB-PMDB, que foi tão exótica quanto hegemônica durante vários anos em Luziânia, se desfez no ano passado. Assim, o partido deverá caminhar junto com o PT, seguindo a a­liança do governo federal e, des­ta vez, na oposição ao tucano.
Outra baixa do grupo de Célio Silveira foi o próprio deputado Cristóvão Tormin. Parlamentar da base aliada do governador Marconi Perillo – assim como Célio, que é grande aliado do governador – Tormin deixou o grupo do prefeito para tentar viabilizar a sua candidatura. Em um primeiro momento trabalhou para se viabilizar dentro do seu ex-partido, o PTB, mas quando viu que não teria sucesso se filiou ao PSD, com a garantia de ser o candidato. Deve levar consigo algumas lideranças do município, como o vereador Tiola (PTB), que ainda faz parte da base de Célio, mas deve apoiar Cris­tóvão nas eleições.
Mesmo fazendo parte da ba­se aliada do governo tucano, Cristóvão Tormin é o plano nú­me­ro um do grupo PMDB-PT. O ex-petebista é visto como um nome que pode tirar fôlego da base de Célio e concorrer com chances de ser o próximo prefeito da cidade. “Cristóvão é a nossa possibilidade maior. A princípio trabalhamos com esta possibilidade, já que ele tem um projeto de oposição no município”, explica o ex-candidato a pre­feito por duas vezes, Didi Viana (PT).
Didi enfrentou Célio Sil­vei­ra nas eleições de 2004 e 2008. Na primeira oportunidade, o petista conseguiu cerca de 30% dos votos. Disputou em uma chamada chapa pura, ou seja, sem aliados, apenas com o apoio de seu partido. Quatro anos mais tarde, Didi aumentou em mais cinco mil votos o seu capital eleitoral, mas teve a sua chapa impugnada, devido a um problema de rejeição de balancete nas contas de seu candidato à vice, Nelson Meirelles (PSB).
Ao todo a oposição quer unir, pelo menos, seis partidos – PMDB, PT, PSD, PDT, PV e PPL. Didi conta que as conversas com Tormin ocorrerão até final de março do ano que vem, prazo final de descompatibilização de cargos para quem for ser candidato nas eleições de outubro. O petista diz que, em um primeiro momento, as negociações terão como pau­ta principal o futuro plano de governo que Cris­tóvão vai apresentar à população e que, em um segundo período, também será discutida a participação em um futuro governo e a pré-disposição do deputado em ser oposição ao governo Marconi.
Se, no final, a aliança com o deputado Cristóvão Tormin não vingar, o grupo PMDB-PT terá um candidato. Além do próprio Didi Viana e de Marcelo Melo, a vereadora Cassiana Tormin (PT) integra o grupo de pré-candidatos, no caso de candidatura própria. Dida frisa que este é um plano B e que a prioridade é mesmo caminhar com Cristóvão. “Ele é a nossa prioridade, mas vai depender mais dele do que da gente”, acredita.
Sucessor
Depois das articulações do período final de filiações, o prefeito Célio Silveira acabou batendo o martelo no apoio ao vice Eliseu Melo. Este ficou com o cargo devido a antiga aliança PSDB-PMDB e, assim que ela foi desfeita, Eliseu ficou em xeque. Com a garantia do apoio no ano que vem, o ex-pee­medebista se filiou ao PSDB e, segundo Célio, já ganhou a “benção” do governador Marconi Perillo para concorrer.
Ex-presidente da Assem­bleia Legislativa no segundo governo de Marconi, Célio Sil­vei­ra conta com uma base ampla de apoio em Luziânia. Dentre os principais partidos que vão acompanhar o prefeito estão o PSDB, PTB, PC do B, PP, DEM, PPS, PTC e o PSB. Na Câmara Municipal, Célio conta com o apoio de 11 dos 13 vereadores e deve contar, além do apoio de Marconi, com o suporte do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz. No início das articulações Roriz foi especulado para ser candidato na cidade, mas desistiu principalmente por problemas de saúde.
Célio diz que, escolhido o candidato, agora o momento é para sentar e estruturar a aliança. “Agora é hora de conversar e formatar a chapa”, revela. Em relação à candidatura de Cristóvão Tormin, o prefeito diz que não o considerava do grupo, já que nunca foi uma figura presente dentro da aliança. “Ele sempre usou a base para se estruturar, mas nunca foi realmente da base”, cutuca.
Já para o futuro candidato E­li­seu Melo, ainda não é tarde pa­ra que Cristóvão Tormin re­pense e volte a compor com o gru­po de Célio. “É possível uma composição. Colocamos o nosso nome sem intransigência. Precisamos sentar com o grupo e com o governador para fechar. É importante que a base tenha um só candidato”, acredita.
Há uma ala de aliados do governador Marconi Perillo que defende que ele não faça campanha em cidades onde a base aliada se dividir. Em uma eleição equilibrada, a presença do líder tucano pode fazer a diferença, principalmente no En­torno de Brasília, região onde mantém uma notável popularidade. Unido com PMDB e PT, po­rém, é provável que Cris­tóvão Tormin não conte com esta neutralidade de Marconi, principalmente se for levado em consideração a importância da cidade – Luziânia é o quarto município do Estado em número de eleitores – e a sua amizade com Célio Silveira.
Base aliada pode rachar em Novo Gama
A base de partidos que suportam o governo estadual pode não seguir com apenas um candidato nas eleições de Novo Gama. O atual prefeito João de Assis Pacífico (PSDB), o Doka, está trabalhando para ser candidato à reeleição, mas devido a alguns desgastes de sua administração a deputada Sônia Chaves (PSDB) estaria pressionando para que ela seja a candidata. A parlamentar se elegeu prefeita por duas vezes e, em 2008, fez de Doka, que era vice, o seu sucessor.
O presidente da Câmara de Vereadores, Everaldo do Detran, filiado ao recém-criado Partido Pátria Livre (PPL), também tem trabalhado para viabilizar o seu nome. A informação é de que ele tem conversado com todo mundo, até mesmo com a oposição, e pode ser o candidato caso haja um racha entre a deputada e o prefeito. Isto porque Doca filiou a sua esposa, Takane Nunes, no novo PSD e, caso Sônia Chaves ganhe a indicação dentro do PSDB, o prefeito ameaça lançar uma chapa com Everaldo e a primeira-dama.
A deputada Sônia Chaves, porém, descarta qualquer tipo de rusgas entre ela e o prefeito. Diz estar esperando Doka se decidir se é, ou não, candidato. “A decisão do candidato será conjunta, entre eu, o prefeito e o governador Marconi Perillo. Somos um grupo e a decisão será tomada em grupo”, avisa. Sônia diz que a base aliada é forte no município e possui dez partidos – PSDB, PTB, PSD, PR, PSL, PHS, PT do B, PMN, PV e PSB.
Já a oposição trabalha para unir um grupo de partidos, tendo como base a aliança PT/ PMDB. Os pré-candidatos são o ex-vereador Alberto Arapi­raca (PT), o empresário Warlei do Big Lar (PMDB), o ex-candidato a deputado estadual Fernan­do Feitosa Belezinha (PP) e o em­presário João Negreiro (PDT). A intenção é fazer uma pesquisa para verificar qual tem maior chance e afuni­lar em um nome. O grupo conta hoje com seis partidos.
Outros municípios
Na segunda maior cidade do Entorno Sul, Valparaíso de Goiás, a prefeita Leda Borges (PSDB) deve tentar a reeleição. Na oposição, a Professora Luci­mar (PT) e o ex-vice-prefeito de Luziânia - na época em que Valparaíso ainda não era cidade emancipada -, Fernando Pádua (PDT) disputam a indicação no grupo PT-PMDB-PDT. Mais um lugar onde a base aliada do governo federal deve seguir unida.
Em Cidade Ocidental, o prefeito Alex Batista deixou o PR e se filiou ao PSD. Tudo indica que tentará a reeleição e conta com o apoio formal do PT, que participa da administração. O grupo de oposição é liderado pelo PTB da ex-primeira-dama Giselle Araújo, viúva do ex-prefeito Plínio Araújo, falecido em 2008. A petebista pode contar com o apoio do PSDB e de parte do PT, que não concorda com a aliança do partido com o prefeito. (E.S.)

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