terça-feira, 13 de março de 2012

Chinaglia quer reunião para avaliar racha na base

Após ser indicado pela presidenta Dilma Rousseff líder do governo na Câmara, petista pretende ouvir governistas para avaliar turbulência na base aliada
Para avaliar o tamanho da crise entre o governo e a base aliada, Chinaglia pretende fazer reuniões com os líderes de cada partido - Gustavo Lima/Câmara
O novo líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), deve convocar uma reunião com líderes governistas para avaliar os estragos das recentes rebeliões na base aliada. Após a rejeição do nome de Bernardo Figueiredo para a diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no Senado, o receio no Palácio do Planalto é que a situação se repita entre os deputados. Com temas como o Código Florestal e o projeto da Lei Geral da Copa esperando votação, a intenção é ter uma “dimensão exata do problema”.
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“Primeiro preciso saber o que é realidade de tudo isso. E só tem um caminho que é conversar com todos os líderes, de forma individual, depois com todos eles juntos, porque só aí vamos ter a exata dimensão de qual é o problema e em que nível ele está. Tudo indica que vou chamar uma reunião para amanhã”, afirmou Chinaglia, em entrevista concedida logo após o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, confirmar seu nome como o indicado para substituir Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Na semana passada, deputados do PMDB entregaram ao vice-presidente da República, Michel Temer, um manifesto reclamando da demora na liberação de emendas ao orçamento, nomeação de indicados no segundo escalão e da falta de interlocução com o Palácio do Planalto. O manifesto foi o primeiro sinal mais contundente de que a relação do governo com peemedebistas não andava bem. Depois, com a rejeição de Bernardo Figueiredo no Senado, a situação piorou. Dilma Rousseff, então, trocou os líderes das duas Casas.
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A tarefa de Chinaglia, no entanto, não deve ser fácil. Na sua última entrevista como líder do governo, Vaccarezza disse que o novo Código Florestal, a Lei Geral da Copa e a nova divisão dos lucros do petróleo na camada pré-sal são os temas mais complicados para o novo líder. Para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), não é com a simples troca de nomes no cargo que a base será rearticulada. “Esse é um trabalho permanente que o governo tem feito, há muitas conversas a serem realizadas nos próximos dias para equilibrar e produzir uma relação melhor do governo com a base. Não é uma atitude a, b ou c que produz isso. É um longo processo de diálogo e negociações”, disse.
Chinaglia já ocupou o cargo de líder de governo no primeiro mandato de Lula. Em 2005, ele comandou as articulações entre o Palácio do Planalto e a Câmara durante o escândalo do mensalão do PT. Também foi presidente da Câmara entre 2007 e 2009, além de líder do PT. No ano passado, relatou o Orçamento. “Faz parte do processo político uma tensão entre o Congresso Nacional e o Executivo. Sempre foi assim, é bom que seja assim, dentro dos limites de se fazer o país crescer e se desenvolver. Não vejo nada diferente de outras épocas”, completou.
por Mario Coelho | 13/03/2012 20:39
CATEGORIA(s): Crise na base, Manchetes, Notícias

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