
Brasília, 25 de abril de
2012
– A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do mês de março, divulgada nesta
quarta-feira (25), revelou aumento de 0,9% na taxa de desemprego no Distrito Federal
em relação a fevereiro. Em comportamento típico para o período, o índice variou
de 12,4% para 13,3%. A população desempregada ficou em 189 mil pessoas em março,
13 mil a mais em relação a fevereiro.
Apesar
do aumento, a taxa de desemprego de 13,3% é a menor para o mês de março desde o
início da série histórica do estudo. “Tivemos, neste mês de março, a menor taxa
de desemprego para o período nos últimos 20 anos”, salientou a coordenadora da
pesquisa do Dieese, Adalgiza Lara Amaral.
Realizado
mensalmente, o levantamento é elaborado pela Companhia de Planejamento do DF
(Codeplan), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Secretaria de Trabalho do DF (Setrab) e o
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O
aumento do desemprego em março se deve, principalmente, à eliminação de 10 mil
postos de trabalho e à inserção de 4 mil pessoas na população economicamente ativa.
Fatores como o término de contratos temporários e até o clima chuvoso na cidade
influenciaram.
“Há
os empregos temporários dos segmentos de comércio e de serviços, que demitem no
início do ano e só voltam a contratar depois de março. Além disso, nessa época
do ano, a construção civil desacelera, por fatores climáticos. São questões
sazonais”, explicou o supervisor do Escritório Regional do Dieese, Clóvis
Scherer.
O
contingente de ocupados foi estimado em 1,235 milhão. Houve queda na oferta de
vagas nas áreas de Serviços, Indústria, Construção e no agregado Outros.
Entretanto, essa redução foi amenizada pelo aumento dos postos no Comércio, com
7 mil novas vagas, e na Administração Pública, com mil postos.
Evolução – De
acordo com a pesquisa, entre fevereiro de 2011 e o mesmo mês deste ano, o rendimento
médio real dos ocupados teve aumento de 5,3%, e o dos assalariados cresceu
2,1%. No mesmo período, a massa de rendimentos dos ocupados aumentou 9,1% e a
dos assalariados, 9,4%. Nos dois casos, o resultado foi atribuído ao aumento no
nível de ocupação e no rendimento médio. O serviço público é o principal responsável
pelo impulso nos ganhos dos trabalhadores do DF.
“Existe
uma tendência de queda do rendimento no início do ano. Mas, pela segunda vez
consecutiva, registramos aumento da renda. Há uma recuperação do rendimento em
todos os segmentos, em especial no setor público”, enfatizou o diretor de
Gestão de Informações da Codeplan, Júlio Miragaya.
Menor espera por vagas –
Além do aumento no rendimento, o trabalhador do DF tem outro motivo para
comemorar: passa cada vez menos tempo à espera por uma vaga de emprego. O tempo
médio de procura por trabalho caiu de 45 semanas em março de 2011 para 42
semanas em março deste ano.
Esse
dado normalmente é influenciado pela variação nas taxas de desemprego aberto –
que subiu de 9,4% para 10,3% – e de desemprego oculto, que permaneceu estável,
em 3%. Desta vez, no entanto, a mesmo com a variação positiva do desemprego
aberto, a fila à procura de trabalho andou mais rápido.
A
taxa de desemprego aberto refere-se às pessoas que procuraram trabalho, de modo
efetivo, nos últimos 30 dias. Já o oculto consiste na falta de busca por
emprego por trabalho precário ou por desalento. De acordo com a equipe do
estudo, os brasilienses estão mais otimistas em relação ao mercado de trabalho,
o que explica o crescimento na procura ativa por um posto. As políticas sociais
também têm contribuído para reduzir a situação de desalento.
Expectativas – A
previsão, segundo o Dieese, é que o desemprego recue a partir do segundo
semestre. “Não há uma relação mecânica, mas a expectativa é de queda caso a economia
caminhe normalmente. Houve uma mudança na política econômica do governo federal,
com ações como a redução na taxa de juros, o que pode gerar mais postos”,
afirmou o supervisor do Escritório Regional do Departamento, Clóvis Scherer.
Para
a presidente da Codeplan, Ivelise Longhi, a PED funciona como um termômetro do
cenário do emprego no DF, o que contribui para a elaboração e aplicação de
políticas públicas. “O estudo serve como alerta para os governos. Por meio dos
resultados é possível pensar em incentivos ao setor. No DF, por exemplo, é
preciso investir em qualificação na construção civil, pois Brasília é um
canteiro de obras, mas carece de mão-de-obra capacitada”, concluiu.
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