Defesa vai recorrer da decisão
A decisão foi da 1ª Turma Criminal do TJ-DFT, que julgava um recurso do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios contra a absolvição de Estevão em primeira instância. De acordo com a denúncia, entre abril de 1997 e fevereiro de 2000, Estevão "suprimiu tributo de ICMS aos cofres do Distrito Federal, omitindo informações às autoridades fazendárias e fraudando a fiscalização tributária, ao inserir elementos inexatos em documentos exigidos pela lei fiscal, bem como por deixar de atender às exigências da autoridade fiscal no prazo por ela estabelecido".
Estevão argumenta que não administrava mais a fazenda na época das irregularidades relatadas pelo MP, apesar de ainda constar como o proprietário do empreendimento. Segundo a defesa, Estevão teria se afastado das atividades na fazenda em 1994 para se dedicar à sua carreira política, cumprindo mandatos como deputado distrital e senador até 2000, quando foi cassado pelo escândalo de desvio de verbas das obras do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo (TRT-SP). No período, segundo o ex-senador, a fazenda estava sob responsabilidade de Lino Martins Pinto - padrasto de Estevão - e Fernando Murgel, contador das empresas do Grupo OK, de propriedade do réu.
O relator do caso, desembargador Romão C. Oliveira, negou provimento ao recurso do MP, argumentando que não haveriam provas suficientes da responsabilidade de Estevão sobre as atividades da fazenda. O desembargador Mario Machado, revisor do processo, rebateu ao afirmar que "a autoria é suficientemente provada". "A materialidade do crime é incontroversa (...). Os créditos tributários mencionados na denúncia foram devidamente constituídos (...) e inscritos na dívida ativa pública", afirmou.
De acordo com Machado, cabia ao réu "a prova irrefutável, não somente oral, acerca da transferência dos poderes sobre a propriedade para terceiros, o que não foi feito". Como a propriedade privada está registrada em nome de Estevão, ele responde pelas irregularidades.
O desembargador George Lopes Leite acompanhou o voto de Machado, garantindo maioria à condenação do ex-senador. A defesa de Estevão entrou com recurso contra a decisão.
Publicado em 29 de Março de 2012 por Redação
postado por http://www.notibras.com.br
0 comentários:
Postar um comentário